Provérbios 29

O Homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, de repente será destruído sem que haja remédio.
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A expressão 'endurece a cerviz' remete à teimosia, como o faraó do Êxodo (ex8:15). A destruição repentina ecoa profecias sobre o julgamento divino (is30:13).
Quando os justos se engrandecem, o povo se alegra, mas quando o ímpio domina, o povo geme.
O homem que ama a sabedoria alegra a seu pai, mas o companheiro de prostitutas desperdiça os bens.
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A menção a 'companheiro de prostitutas' pode aludir ao filho pródigo (lc15:13). A sabedoria aqui tem valor prático, não apenas moral.
O rei com juízo sustém a terra, mas o amigo de peitas a transtorna.
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A crítica à corrupção de governantes reflete problemas históricos de Israel (1rs12:1-19). Arqueologia comprova que subornos eram comuns em tribunais antigos (tabuletas de Mari, século 18 a.C.).
O homem que lisonjeia o seu próximo arma uma rede aos seus passos.
Na transgressão do homem mau há laço, mas o justo jubila e se alegra.
O justo se informa da causa dos pobres, mas o ímpio nem sequer toma conhecimento.
Os homens escarnecedores alvoroçam a cidade, mas os sábios desviam a ira.
O homem sábio que pleiteia com o tolo, quer se zangue, quer se ria, não terá descanso.
Os homens sanguinários odeiam ao sincero, mas os justos procuram o seu bem.
O tolo revela todo o seu pensamento, mas o sábio o guarda até o fim.
O governador que dá atenção às palavras mentirosas, achará que todos os seus servos são ímpios.
O pobre e o usurário se encontram; o Senhor ilumina os olhos de ambos.
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Paradoxo: Deus ilumina tanto o oprimido quanto o opressor. Isso mostra a soberania divina sobre todas as classes (mt5:45).
O rei que julga os pobres conforme a verdade firmará o seu trono para sempre.
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A justiça social como base do governo antecipa o ideal messiânico (is11:4). Cumprido parcialmente em Jesus (lc4:18-19).
A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe.
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A 'vara' gera debates: alguns veem disciplina amorosa, outros condenam castigo físico. A LXX traduz como 'educação', suavizando o sentido.
Quando os ímpios se multiplicam, multiplicam-se as transgressões, mas os justos verão a sua queda.
Castiga o teu filho, e te dará descanso; e dará delícias à tua alma.
Não havendo profecia, o povo perece; porém o que guarda a lei, esse é bem-aventurado.
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'Profecia' (ḥāzôn) pode ser traduzido como 'revelação' ou 'visão'. A versão grega (LXX) usa 'lei', ligando ao Torá. Cumprimento messiânico visto em Cristo como Palavra encarnada (jo1:14).
O servo não se emendará com palavras, porque, ainda que entenda, todavia não atenderá.
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Reflete a estrutura social antiga: servos eram escravos ou empregados. Críticos questionam se o texto justifica autoritarismo, mas o foco é a eficácia da correção prática.
Tens visto um homem precipitado no falar? Maior esperança há para um tolo do que para ele.
Quando alguém cria o seu servo com mimos desde a meninice, por fim ele tornar-se-á seu filho.
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A relação patrão-servo como 'filho' ecoa adoções romanas (gl4:5). Arqueologia mostra casos de escravos ascendendo socialmente (papiros de Elefantina).
O homem irascível levanta contendas; e o furioso multiplica as transgressões.
A soberba do homem o abaterá, mas a honra sustentará o humilde de espírito.
O que tem parte com o ladrão odeia a sua própria alma; ouve maldições, e não o denuncia.
O temor do homem armará laços, mas o que confia no Senhor será posto em alto retiro.
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O contraste entre temer homens e confiar em Deus aparece nos Salmos (sl27:1-3). Jesus reforçou isso (mt10:28).
Muitos buscam o favor do poderoso, mas o juízo de cada um vem do Senhor.
Abominação é, para os justos, o homem iníquo; mas abominação é, para o iníquo, o de retos caminhos.