Provérbios 20

O vinho é escarnecedor, a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles errar nunca será sábio.
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O vinho como 'escarnecedor' reflete a visão crítica sobre o excesso de álcool, comum na literatura sapiencial (pv23:20-21). Culturalmente, o vinho era parte da dieta, mas a embriaguez era condenada (ef5:18).
Como o rugido do leão é o terror do rei; o que o provoca à ira peca contra a sua própria alma.
Honroso é para o homem desviar-se de questões, mas todo tolo é intrometido.
O preguiçoso não lavrará por causa do inverno, pelo que mendigará na sega, mas nada receberá.
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A agricultura exigia trabalho sazonal. O 'inverno' (outono-inverno) era crucial para arar antes das chuvas. Negligenciar isso levava à fome, reforçando a ética de trabalho (2ts3:10).
Como as águas profundas é o conselho no coração do homem; mas o homem de inteligência o trará para fora.
A multidão dos homens apregoa a sua própria bondade, porém o homem fidedigno quem o achará?
O justo anda na sua sinceridade; bem-aventurados serão os seus filhos depois dele.
Assentando-se o rei no trono do juízo, com os seus olhos dissipa todo o mal.
Quem poderá dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou de meu pecado?
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Declaração universal sobre a impossibilidade de autojustiça, ecoando em 1jo1:8-10. Contexto teológico: todos dependem da graça divina, não de méritos próprios.
Dois pesos diferentes e duas espécies de medida são abominação ao Senhor, tanto um como outro.
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Condenação à fraude comercial. Pesos adulterados eram comuns no antigo Oriente Médio. Arqueologia encontrou pesos de pedra com marcas duvidosas em sítios israelitas (dt25:13-16, pv11:1).
Até a criança se dará a conhecer pelas suas ações, se a sua obra é pura e reta.
O ouvido que ouve, e o olho que vê, o Senhor os fez a ambos.
Não ames o sono, para que não empobreças; abre os teus olhos, e te fartarás de pão.
Nada vale, nada vale, dirá o comprador, mas, indo-se, então se gabará.
Há ouro e abundância de rubis, mas os lábios do conhecimento são jóia preciosa.
Ficando alguém por fiador de um estranho, tome-se-lhe a roupa; e por penhor àquele que se obriga pela mulher estranha.
Suave é ao homem o pão da mentira, mas depois a sua boca se encherá de cascalho.
Cada pensamento se confirma com conselho e com bons conselhos se faz a guerra.
O que anda tagarelando revela o segredo; não te intrometas com o que lisonjeia com os seus lábios.
O que amaldiçoa seu pai ou sua mãe, apagar-se-á a sua lâmpada em negras trevas.
A herança que no princípio é adquirida às pressas, no fim não será abençoada.
Não digas: Vingar-me-ei do mal; espera pelo Senhor, e ele te livrará.
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Proibição da vingança pessoal, tema central na ética bíblica (rm12:19). Reflete a crença na justiça divina contra sistemas tribais de retaliação.
Pesos diferentes são abomináveis ao Senhor, e balança enganosa não é boa.
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Repetição do verso 10 para ênfase. Práticas comerciais desonestas eram problema recorrente (pv16:11, am8:5).
Os passos do homem são dirigidos pelo Senhor; como, pois, entenderá o homem o seu caminho?
Laço é para o homem apropriar-se do que é santo, e só refletir depois de feitos os votos.
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Advertência contra votos precipitados. Fazer promessas sem discernimento era considerado perigoso (ec5:4-6). O 'laço' sugere consequências inevitáveis.
O rei sábio dispersa os ímpios e faz passar sobre eles a roda.
O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo o interior até o mais íntimo do ventre.
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O 'espírito' (hebr. 'neshama') como conexão divina. Interpretado como consciência dada por Deus (1co2:11) ou sopro vital (gn2:7).
Benignidade e verdade guardam ao rei, e com benignidade sustém ele o seu trono.
A glória do jovem é a sua força; e a beleza dos velhos são as cãs.
Os vergões das feridas são a purificação dos maus, como também as pancadas que penetram até o mais íntimo do ventre.
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Castigo físico como correção, polêmico hoje. Alguns veem aqui linguagem metafórica sobre disciplina (pv22:15), outros defendem literalidade, baseados em costumes da época.